Palavras no Vento
Dou voz às palavras...antes que elas se percam no vento!
O vazio
Partimos de um sonho,
Que inocentemente nos dissipou
Aquele era o teu sonho,
que nunca se concretizou.
As nossas pétalas ainda estão...
Naquele livro,
Aquele que nunca leste,
Mas que nos separou.
Gostámos de nos sentar
A olhar
O vago
Como se no vazio fossem vagas,
As nossas imagens
No vazio, vagos são só nossos pensamentos
Vagas as nossas palavras
Não vagos os nossos sentimentos.
Olha para o longínquo
Procura o vácuo
No vago
Revê a imagem do tu que negaste
Mas, que sem querer, apunhalaste!
ML
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O meu diário
Desfolhei um livro,
Rasguei a pétala de um diário,
Soltei uma flor...
Mas, ela não voou.
Prendi a folha do meu livro
Que nunca li...
Soltei um grito
Que nunca ouvi...
A flor voou e não voltou
O livro, ficou...
Perdi a flor, a página do meu diário.
Mas fiquei só, com a flor
Que mais tarde voltou
E secou no meu livro.
E eu, que nunca tive flor nem livro,
Ficarei à espera de ti...
ML
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Momento
Iluminou-se aquele momento
E logo se apagaram de seguida
As lembranças e o medos.
Impôs-se, numa tentativa erguida
De conhecer os mais escondidos segredos.
Não se apagou, a chama arde
Ténue...timidamente
Há uma alheamento da viagem
O coração partiu na madrugada,
O rumor de um silêncio na despedida
Daquela breve partida
Para nunca mais voltar?
Ficou o meu corpo e o teu corpo
Ao nosso olhar da noite esquecida
Quando os amantes, distantes, perdidos
Beijam a vida e perdem a cor
De nunca conhecer
O amor.
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SEM
Sem fim, no fim
Sem perdão no olhar,
Sem vontade de mim
Sem calor nem amor,
Sem tempo de ilusão
Sem calar a voz da dor!
Sem tempo para amar,
Sem vontade de esquecer
Sem a lua para lembrar
Mas, com o sol a escurecer
ML
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...
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...
Pois...respirei fundo e coloquei as mãos no teclado. É a primeira vez que faço isto este ano, e confesso que não fiz um plano de texto. Vou simplesmente escrever ao sabor da vontade e aproveitar o embalar dos meus pensamentos para te falar de mim... Sinto-me como se estivesse morta, é verdade! Embora as minhas mãos geladas me façam ter a sensibilidade e perceber que ainda não estão inactivas, sinto a inércia e a nulidade de sentimentos e sensações...
Não me interesso muito acerca do que pensam de mim, embora possa arriscar ser mal interpretada, não pretendo defender-me contra as acusações que alguma vez me fizerem. Acho que por vezes vou querendo um pouco de dinamismo na minha estéril existência..
Vivo muito ligada ao passado, sem dúvida e quando dele me tento soltar estou a perder completamente o presente. Sempre fui assim...Desde sempre lutei para alcançar tudo o que queria e muitas vezes sem ouvir a opinião dos outros. Lutei pelo curso, pela minha adolescência normal, pela minha realização profissional...e fui lutando dia após dia porque acreditava que o amor existia. Não te choca certamente se te disser que só me apaixonei realmente duas vezes um toda a minha vida...e a verdade é que me entreguei a esse amor de corpo e alma. A primeira vez foi mais marcante ainda. Sofri a desilusão e a ilusão da reconciliação...foi a pessoa com quem eu cresci. Namorei 6 anos com ele e achava que o amor teria de ser para toda a vida . Agora vejo que a idade é própria para o amadurecimento nesse sentido...mas a culpa é dos livros de histórias com os quais me deliciei em toda a minha infância.
Quando me apaixonei a segunda vez, já com 21 anos, tinha a certeza de que esse amor seria a minha felicidade...e deu-me os meus dois lindos filhotes...está aí a felicidade!
A verdade é que me entrego totalmente às coisas que me apaixonam verdadeiramente...e, quando no silêncio tenho oportunidade para reflectir, apercebo-me de que continuo a mesma ingénua de sempre agarrada às histórias de infância.
Custa admitir essa situação...Custa-me imenso perceber que a vida é bem mais complicada que as narrativas que escrevo ou os romances que leio! O amor está na minha entrega total e incondicional aos meus filhos...e tenho segurança de que nunca o irei encontrar novamente ou, se isso acontecer, fecharei os olhos para me defender...
No momento choro...é verdade!!! Há dias em que me sinto mais alegre e optimista...mas, neste momento, tenho a lembrança das coisas muito queridas e importantes que fazem parte do passado da vida...as lembranças de uma infância feliz e de adolescência normal...e o meu presente é este: o pedaço de céu que me protegia desabou completamente na minha cabeça...e nos escombros não tenho vontade de me levantar...não tenho forças para enfrentar o desmoronar de muitos anos construídos na ilusão de uma aparente felicidade!
Sinto ódio por ter sido tão ingénua, por viver naquele mundo tão aparte, construído de sonhos e idealizações. Desta minha existência e empenho de dez anos, consigo vislumbrar dois coisas...uma delas que corresponde ao auge da felicidadee de todos os meus medos: os meus filhos; a outra ao meu desespero eterno : a desilusão..
A verdade é aquela que nunca te escondi. È mais fácil sermos nós próprios quando não conhecemos propriamente quem se apodera disso, que sermos fiéis aos nossos amigos de longa data e mostrarmos a nossa fragilidade...
Sofri nestes últimos ano, aquelas experiências que nos fazem mais fortes: conheci a sensação de ser traída e humilhada, o ódio por alguém que amei tal como à minha própria vida, conheci a pressão do dia a dia sozinha com dois filhos para fazer crescer de forma saudável, ouvi as mentiras e as justificações infundadas, encarei a falsidade, enfrentei a responsabilidade, curei as doenças, (felizmente pouco graves) dos meus filhos, passei noites em claro a digerir a solidão, a horrível insegurança, a falta de confiança em mim e nos outros, fui usada e usei, tive o orgulho exagerado em não pedir apoio a ninguém, fiz tentativas para mascarar a cruel realidade, e quantas vezes sorri, com vontade de chorar!(?)...Senti vontade de morrer!
Agora que me devia identificar com uma mulher de armas, percebo que gastei as minhas forças....Sinto que mereço ser feliz e se essa felicidade não vem ter comigo livremente, terei de lhe abrir uma porta! Tu não serás essa porta, mas sim a janela por onde tentei apanhar algum ar fresco e a verdade é que estou aqui, neste momento, a escrever para ti! Há coincidências que por vezes nos fazem pensar!!!
Já percebeste então que eu não sei muito bem o que quero, não por imaturidade, mas por medo e insegurança! Sim, a terrível marca de um divórcio! Sei, no entanto, aquilo que não quero!
Queria respirar livremente, ter estabilidade, viver pacificamente com os meus filhos e partilhar um pouco os momentos de solidão com alguém com honestidade e disponibilidade para me fazer sentir bem...e a quem eu tivesse vontade de fazer sentir!
Agora que sabes tanto de mim, espero que me vejas como alguém equilibrado que tem por vezes os seus momentos de fraqueza!
Esta escrita foi dedicada a um tu com toda a sua exclusividade...deixa-me dizer-te que o faço sempre na escrita como terapia...mas desta vez terá um destinatário atento e crítico! Fico à espera...de ti!
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